27 de set. de 2011

Aquele do pânico no cinema

Eu sempre tive o costume de frequentar o cinema, sabe. Geralmente não acompanhado. Sozinho mesmo. Ficar ligando pras pessoas irem comigo ao cinema nunca foi um pensamento viável porque 1)Eu nunca tive tantos amigos assim 2)Uma hora eu ia acabar não tendo mais amigos disponíveis para chamar, dos poucos que eu tenho ou 3)Eles iriam acabar se estressando comigo por chamá-los para ir ao cinema toda semana. Daí, né, o que resta: Ir ao cinema sozinho.

E eu só pago mico. Seja sozinho, seja acompanhado. Porque sempre, sempre acontece alguma merda e eu acabo tendo que esconder meu rosto com a palma das mãos na tentativa ilusória de que a situação seja menos constrangedora.

Pois a sessão de cinema aquele dia estava lotadíssima, né. Estávamos eu, duas gueis e um casal heterossexual. Filme brasileiro, sabe como é.

Então o filme acaba e eu sou o primeiro a levantar. E tipo, quando eu entrei na sessão não tinha exatamente uma porta, era uma entrada aberta, sabe, então o problema na hora de sair é que estava tudo escuro, não se via nada. Daí a pessoa aqui estava crente que sabia EXATAMENTE onde a passagem de volta pra bilheteria estava. Começo a desfilar com toda a pose e glamour que eu tinha reunido no momento e bato com tudo de cara na parede do cinema. Daí o que você faz quando não encontra a saída? Tem um ataque claustrofóbico e entra em pânico, é claro. Comecei a tatear a parede e a gritar "ESTAMOS PRESOS, ESTAMOS PRESOS, SOCORRO". Imagina uma pessoa presa numa caixa tentando sair. Era eu, só que numa sessão de cinema.

No final, eu acabei percebendo que havia uma cortina preta no que deveria ser a saída da sessão. Arrumei a bolsa no ombro, fiz carão, sequer pensei cogitar em olhar pra trás e dei o fora daquele lugar o mais rápido que pude.

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