31 de mai. de 2011

Aquele da super autoestima

Eu vou falar que eu não entendo essas pessoas que precisam se auto-afirmar. Pode ser com relação ao trabalho, pode ser estudos, pode ser sexo, pode ser qualquer coisa. Eu não entendo. Deve ser por eu me ver como essa pessoa tão humilde e modesta que sou, não sei. Mas esse tipo de coisa me faz pensar sobre como, na verdade, alguns certos comentários que ouvimos por aí simplesmente não procedem. Sabe, ás vezes não tem como a pessoa saber se está, de fato, falando uma baboseira ou algo preciso. Sabe aqueles caras metido a pegador que se vangloriam até a morte pelos seus pênis imensos e sobre como eles conseguem fazer subir pelas paredes as loucas que aceitam ir para a cama com ele? Então.

Pois outro dia estávamos na faculdade conversando sobre os mistérios do orgasmo feminino. Eu ainda era calouro na época, dezessete anos e se me lembro bem, estávamos num grupo de quatro. Três caras e uma menina. E daí um deles soltou a seguinte pérola:

"Ah, mas nem é tão difícil dar prazer para uma mulher até ela chegar ao orgasmo."

E dois anos após ter ouvido esse mesmo comentário, eu ainda fico pensando sobre ele. Quero dizer, um pós-adolescente (porque a personalidade devia ter uns vinte anos na época, acredito) cuspir um comentário desses como o bom entendedor do sexo para as mulheres? É hilário! A não ser que algo de realmente extraordinário tenha acontecido e ele tenha sido agraciado (agraciado?) com uma vagina por um dia. O que eu duvido.

E é isso o que eu tenho que ouvir no meu dia a dia. Sobre como meus amigos acham que são os reis do sexo ou que fazem os melhores boquetes ou que beijam muito bem. Pessoalmente eu não acho que eu beije lá muito bem, não. Até porque eu nem beijei tantas pessoas assim na vida. E sinceramente? Já tive um ou dois reclamando do meu beijo e também já tive alguns elogios bem interessantes, o que me levou a conclusão que na verdade esse tipo de coisa tem mais a ver com química do que com uma "qualidade". Mas sabe que quando esse aflorar de super autoestima acontece eu geralmente prefiro ficar calado?

"Ah, porque o meu beijo é MUITO gostoso." me disseram uma vez.

"Ah, é mesmo?" eu perguntei em resposta. E acredito ter acentuado a pergunta com um leve tom de deboche, mas isso acontece tanto que chega a ser natural e eu não controlo. Geralmente as pessoas não veem isso com bons olhos...

"Por que? Tá duvidando? Você já me beijou por acaso?"

E daí eu penso. Não, eu não beijei. Mas... a pessoa também não se beijou para ter tanta certeza assim.
Não é mesmo?
São coisas que me fazem refletir.

16 de mai. de 2011

Aquele em que eu falo sozinho

Eu parto da premissa de que todo mundo tem o hábito de conversar sozinho. Porque sabe, às vezes você tem aquela necessidade de bater um lero com os próprios botões para tentar processar as idéias. Eu faço isso o tempo todo. No ônibus, no banheiro, no fogão, antes de dormir... é uma coisa natural. Mas por alguma razão que eu desconheço, quando alguém me pega no flagrante a pessoa sempre pensa que eu estou ficando maluco.

Na verdade, até quando eu estou falando com outro ser vivo acontece isso. Outro dia eu estava assistindo a um filme na TV da sala (se me lembro bem, estava assistindo a Three Faces of Eve, que aliás, é muito bom e eu recomendo) enquanto meu primo-pseudo-irmão-mais-novo se arrumava para ir para o curso de inglês. A nossa cachorra estava deitada bem ao meu lado no sofá e nem ao menos dois minutos após meu primo se retirar de casa havia se passado quando eu senti um cheiro bem desagradável no ar.

"Alguém peidou" eu pensei, "E não fui eu".

E é claro que eu coloquei a culpa na cachorra.

"Minnie, sua cachorra porca! Você peidou? Pode falar pra mim, você peidou?!"

Neste exato momento meu primo abre a porta da sala.

"Alison. Você está falando sozinho?" ele perguntou.

Naturalmente, eu respondi "Não, eu estou falando com a cachorra".

E sabe quando alguém te dá aquele olhar de 'É, como se isso fosse menos absurdo'? Pois é, foi exatamente o que eu senti. Meu primo nem se preocupou em fazer outro comentário, ele fechou a porta na minha cara e foi embora.

4 de mai. de 2011

Aquele da neurose alheia

Eu me surpreendendo com a loucura dos outros. Eu costumo pensar que as minhas manias são tão insuperáveis e os transtornos obsessivos que me cercam tão extremos ao ponto de não me deixarem ter uma vida normal. Mas eu começor a relevar esse sentimento e mudar profundamente o meu conceito sobre minhas peculiaridades quando eu encontro alguém mais neurótico do que eu. Mas é o que dizem, né? Sempre tem alguém pior que você.

Sabe, lá na faculdade de Letras ultimamente a gente tem percebido um aumento significante no número de insetos. Principalmente mariposas e mosquitos. Porque tá na época, né. Então mais de uma vez acontece um daqueles episódios bobinhos em que entra um bicho voador na sala de aula e todo mundo fica eriçadinho tentando fazer o bicho sair de perto. Daí interrompe a aula, começa murmúrio, as pessoas choram etc. Mas hoje eu reparei o que o medo provoca nas pessoas. Na minha turma de história da língua tem uma garota que tem pavor de bichos e toda a vez que entra um ela sai correndo da sala. Outro dia mesmo eu notei um alvoroço numa sala de aula em que os alunos literalmente saíram correndo para fora, e quem era a líder da balbúrdia? A mesma menina. E quando eu fui passar perto para saber o que diabos estava acontecendo, era um marimbondo que tinha entrado na sala.

Mas enfim, geralmente nessas aulas de história da língua sempre aparece algum bicho (acho que é foco) e hoje eu e minhas amigas (assim como a turma inteira) notamos algo interessante sobre a garota. Ela chegou ao extremo de se incomodar TANTO com as aparições repentinas de bichos voadores que ela literalmente levou um mata-insetos e o deixou descansando sobre a mesa para quem sabe, a necessidade de usá-lo se torne aplicável alguma hora. Eu só fico imaginando como seria o cenário de uma sala de aula parando suas atividades normais para que uma louca pudesse correr atrás de um coitado de um inseto para envenená-lo até a morte.
Seria engraçado.

3 de mai. de 2011

Aquele defeito que você convive

Há muito do que eu tenho que aguentar com relação a amigos. Briguinhas bobas, estupidez, brincadeiras chatas que acabam virando algo desconfortável... Mas sabe o que mais me irrita de tudo? Essa necessidade das pessoas de sempre precisarem estar num nível acima do que os outros. Eu fico me perguntando como as pessoas se comunicam e aprendem. E olha que eu juro que eu faço o meu melhor porque eu me acho uma pessoa super do bem.

Essa história de querer ficar rebaixando os outros não é nada legal. Tanto é que quando eu não me sinto desconfortável num meio eu simplesmente me afasto. Isso acontecia mais antigamente do que agora, porque antigamente eu não tinha muita paciência e o ser humano às vezes chega a um ponto que me cansa. Hoje em dia não, acho que a faculdade me obrigou a aprender a lidar com os diferentes tipos de personalidades. O problema é quando o afastamento não procede. Não de uma forma ruim, mas pelo hábito. Tem muita gente por aí que diz o contrário, mas eu vou falar uma coisa que a maioria não concorda: A gente não escolhe os amigos. Os amigos acontecem. Isso podendo se dar de uma forma boa, e de uma forma ruim também. Às vezes você consegue fugir, às vezes não. Às vezes você suporta. Às vezes você cria vínculos.

É lógico que com o tempo você vai percebendo que aquele seu amigo às vezes (ou frequentemente) te deixa louco e à beira da insanidade. Porque né, todo mundo tem defeitos. Eu tenho amigos com defeitos gritantes que me fazem querer arrancar os cabelos, mas a amizade chega ao ponto de você aceitar toda aquela maluquice e ver tudo aquilo com outros olhos porque aquele seu amigo não é o mesmo sem todos aqueles defeitos. Mas a única coisa que de fato me dá nos nervos é a estupidez na relação nas coisinhas bobas. "Porque eu moro melhor que você", "porque eu me visto melhor que você", "porque eu sou mais inteligente que você", "porque o meu sobrenome é melhor que o seu" etc. E tudo como se fosse algo realmente relevante.

Eu acho que há coisas mais importantes para se preocupar. Mas o que a gente pode fazer? A gente pode mandar tomarem todos no meio no cu e geralmente é o que eu faço. E não por acontecer comigo, o que também procede, mas quando acontece com outros dois amigos. Mas algo muito íntimo me impressionou enquanto eu pensava sobre isso. Seu melhor amigo pode pensar da maneira mais diferente possível que você e ter as atitudes mais impensáveis pra você, mas você ainda ama aquele idiota.

Me pergunto se o amor também é assim.