31 de ago. de 2012

Aquele em que a greve acaba

Todo mundo se desespera. UFRJ anunciou o fim da greve dos funcionários depois do histórico episódio de três meses de pausa das atividades. Quer dizer, estudantes estão loucos. Todo mundo tomando no cu lindamente. Ando lendo por aí sobre a galere precisando terminar trabalhos solicitados, ler um monte de coisa e não sei o quê.

Eu mal lembro as matérias que eu estava cursando na época!

Gente. Eu fiquei internado por um mês (ONE FUCKING MONTH) antes da greve começar. Eu não estou três meses sem atividades, eu estou há quatro meses. Eu nem sei os trabalhos que eu deveria ter feito durante esse tempo, quem dirá livros, artigos. Sei de nada.

Agora tá todo mundo tendo ataque de drag queen pelo fim da greve (que aliás, basicamente não nos trouxe benefício algum, do contrário não teria um monte de faculdade federal mantendo a dignidade da greve lindamente), mas eu só gostaria de dizer uma coisa: Eu tomei no cu mais que todo mundo.

28 de ago. de 2012

Aquele da ereção indesejada

Uma coisa que as mulheres nunca vão entender plenamente é o problema da ereção indesejada. Às vezes você está na rua, os passarinhos estão cantando, o sol está brilhando lá no alto e de repente NUMA FRAÇÃO DE SEGUNDO uma imagem passa ligeira na sua cabeça e pronto.

Eu por exemplo, andar de ônibus sozinho é um problema sério. Eu não sei o que acontece, talvez seja aquela sensação íntima e contínua de treme-treme que o veículo desperta, ou talvez seja psicológico mesmo. Auto-envergonhamento, sabe. Só sei que o episódio aconteceu mais vezes do que eu sou capaz de contar com os dedos das mãos e dos pés. Pouco falta para levantar do assento e descer do ônibus quando algo acontece e eu penso em... sexo.


E isso é um problema porque, bem, eu geralmente uso calças apertadíssimas. Daí o que fazer, né. Apelamos para aquele mantra desesperado de elementos não sexuais:

"Vovó. Vovó. Vovó. Vovó. Vovó. Vóvó."

Até agora tem dado certo.

18 de ago. de 2012

Aquele do truque do leilão

Então esses dias eu descobri que eu sou a pessoa mais lesada desse pequeno universo em que habitamos e portanto estou me obrigando a dividir essa história estúpida com o resto do mundo como punição, para eu aceitar que tudo bem fazer algo que ponha em dúvida a minha capacidade de ter conseguido tirar a vaga de centenas de pessoas na universidade pública.

Eu estava dando uma passada básica no eBay vendo algumas camisetas e por acaso me apaixonei por uma camiseta vintage raríssima da Caffeine com estampa de caveira que estava dando sopa no preço. O leilão iria acabar em pouquíssimas horas e só havia recebido um insignificante lance. Como o leilão terminaria apenas às altas horas da madrugada eu me mantive acordado a noite toda assistindo Friends e fiz meu lindo e prestativo namorado me ligar meia hora antes do fim do leilão, caso eu pegasse no sono.

Não havia ninguém disputando a camisa aquele horário. Ela custava 24 dólares, e com a minha vasta experiência em leilões na internet eu esperei até o último minuto para dar o meu lance.

Bem. O único lance que camisa havia recebido foi de 25 dólares. Então o certo era dar um lance de no mínimo 25.50 dólares.

Não foi o que eu fiz.

Acredite quem quiser, mas eu esperei a noite inteira até faltar um minuto para digitar o valor errado e repetido de 25 dólares. Quando eu vi a burrice que eu tinha feito, o feeling do momento Run, run for your life não foi o suficiente para eu dar o lance certo de 26 dólares e eu perdi um leilão pra alguém que tinha dado lance TRINTA E SETE horas antes de mim.

Ser mais lesado.
Tem como?

9 de ago. de 2012

Aquele dos colombianos

Quando se trabalha com produção de eventos uma hora você acaba aceitando que merdas acontecem o tempo todo, vão continuar acontecendo sem parar e você vai ter que dar o seu jeito de resolvê-las de alguma forma. Ainda mais em evento grande, que é sinônimo de muita gente envolvida, que quer dizer nada mais do que muita gente fazendo merda.

Uma vez eu tinha separado uma dúzia de brindes promocionais, tudo destinado a gente muitíssimo importante, e no meio da correria um casal de colombianos, cujo trabalho estava envolvido no evento, veio me pedir ajuda. Eu devo ter ficado acredito que uma hora só atendendo eles e acabei confundindo duas sacolas, daqueles brindes que já estavam separados, e entreguei aos dois. Tinha que ver, eles ficaram tão felizes que acabaram me dando um presente do trabalho deles.

"Alison, tá faltando duas sacolas aqui. Você sabe onde estão?" vieram me perguntar uns minutos depois.

Só então caiu a ficha da besteira absurda que eu tinha feito.

Agora e pra pegar as sacolas de volta depois deles terem disparado elogios do meu atendimento e terem até me dado um presentinho como forma de agradecimento? A minha sorte foi que a dupla ainda estava no mesmo andar da sala de produção e eu tinha pelo menos como ir até eles pedir as coisas de volta. Se não, me faziam de picadinho e serviam no buffet de encerramento.

"Mil desculpas, mas sem querer acabei dando essas bolsas pra vocês e vou precisar delas de volta." eu falei, morrendo de vergonha.

"Como assim?"

"É que elas já estavam reservadas para outras pessoas."

"Ah, mas. A gente não ganha bolsa?"

"Então. Não."

Foi um dos maiores constrangimentos que eu passei na minha vida.

Mas pelo menos não pediram o presente de volta.