31 de jul. de 2012

Aquele do cu do mundo

Engraçado como às vezes eu sinto que não estou na capital. Deviam considerar o bairro daqui outra cidade, porque olha, difícil fazer qualquer coisa nesse lugar. Altas horas da noite, namorado e eu, os dois na bobeira doidos pra pedir um serviço de quarto porque não tinha nada além de salada pra comer em casa, salada esta que eu acabei preparando com tudo de possível que vi na frente e não deixei restar nem migalhas. O gás tinha acabado de acabar e o nosso microondas, que devia estar aqui do meu ladinho correspondendo às minhas necessidades, está a quilômetros de distância de mim já que meu namorado lindo não toma vergonha na cara pra ir buscar.

Sem brincadeira. Ligamos pra tudo quanto é canto. Ligamos para entregas de comida chinesa, sanduíches, provavelmente umas vinte pizzarias. Incrível. Ou o nosso bairro, olha que lindo, estava FORA DA ROTA da empresa, significando que eles não entregavam aqui nem se pagássemos A MAIS, ou não traziam a maquininha do cartão de crédito.

Bem, o caixa eletrônico 24 horas da farmácia da rua debaixo estava fechado (deviam mudar o nome desses caixas). Que culpa EU tenho de só ter três reais na carteira? Nenhuma. E na verdade eu acho até que o problema do cartão de crédito aconteceu só com cinco por cento dessas tentativas, os outros 95% eram de estabelecimentos que se recusavam a vir até Pavuna.

Cu do mundo esse lugar.

27 de jul. de 2012

Aquele do Anima Mundi 2012

Esse ano eu tive a sorte de trabalhar na temporada carioca do festival Anima Mundi que, pra quem não conhece, comentam ser o terceiro ou segundo maior festival de animação do mundo inteiro. Uma loucura.

Passei praticamente duas semanas sem comer, dormir ou cagar direito, quem dirá ter tempo pra sentar e blogar pra aliviar a tensão da mente. Pra quem entende a expressão "Se eu não escrever, eu piro" deve ter uma noção do que foi a minha vida. Eu pirei. Sem brincadeira, durante o festival inteiro minha vida foi acordar às sete da manhã e chegar em casa quase meia noite, todos os dias. O pouco tempo que me restava eu guardava pra comer alguma coisinha pra aliviar o buraco que eu formava no estômago por não comer direito e, só então, desmaiar linda em cima da minha cama.

Acho que de todos os (dois) trabalhos que tive em minha vida toda, nenhum deles se comparou à pressão de trabalhar na produção do Anima Mundi, mas valeu a pena. Conheci muita gente nova, aprendi um monte de coisa e tive a experiência magnífica de poder falar com um monte de gringo, um mais simpático que o outro.

Me tiraram do cu do mundo no meio de uma crise.

"Pensou, resolveu. É essa a tática. O trabalho aqui é feito na pressão, você vai precisar atender todo mundo que apareça aqui, maioria gente importante. São artistas, diretores, produtores. Alguns são legais, alguns são muito chatos. Mas você é obrigado a ser simpático com todo mundo. A última menina que estava no seu lugar não aguentou a pressão, começou a chorar e pediu pra sair. Eu preciso saber se você topa. Você topa?"

Eu topei.