24 de mar. de 2013

Aquele do Haley Joel Osment de shortinho: Sassy Pants (2012)


O ano de espera para assistir Haley Joel Osment gay vestindo nada mais do que um shortinho jeans não valeu tanto a pena assim. Sassy Pants é um filme pós-adolescente em que Ashley Rickards (da série Awkward. que, aliás, todos que curtem comédia colegial devem assistir, é histérico) interpreta Bethany Pruitt, uma garota derrotada, na merda, sem amigos e sem vida social alguma por ter sido obrigada a frequentar uma escola online em casa depois da mãe ter sido humilhada quando uma gravação do ex-marido fazendo sexo com o professor de música da escola foi noticiada na primeira página do jornal local. A partir daí, Bethany começa sua jornada pra conseguir ir para a faculdade de moda e se desvincular da mãe completamente possessiva. Tem um feeling de "Hum, já vi isso em outro lugar."

Pra ser bem sincero, eu estava mais interessado no relacionamento do personagem do Haley Joel Osment com o pai da protagonista do que com a história principal em si, mas Osment não aparece muito, sua participação é quase cenográfica. Mas não foi por isso que o filme não me agradou tanto. O roteiro não tem nada de muito especial exceto algumas cenas muito bem boladas com a avó e o irmão da protagonista. As poucas cenas sobre o pai gay namorando uma bicha alternativa da idade da filha acabam, positivamente, roubando totalmente o foco.

Apesar de tantos baixos, eu recomendo dar uma olhadinha. Pra quem é fã do Osment, vê-lo fazendo a bicha passiva afeminada com certeza vale uma espiada.

22 de mar. de 2013

Aquele em que só Jesus salva

Natália Klein uma vez disse "Todo medo, no fundo, está atrelado ao medo da morte" e eu guardei essa frase comigo para sempre porque fazia todo o sentido. Comprovei a teoria hoje voltando pra casa depois do estágio. Ao pegar o ônibus e passar pela roleta o cobrador me disse:

"Bom dia."

"Bom dia", retribuí.

Bom dia. Normal. Pessoas falam bom dia uma às outras no cotidiano o tempo todo, mas não parou por aí. Pensando que o colchete das normas básicas da educação social já havia se fechado, eu continuei meu caminho à procura de um lugar aconchegante que não estivesse pingando água de ar-condicionado de ônibus com defeito, mas o cobrador chama a minha atenção de volta.

"Ei!"

"Oi?"

"Só Jesus salva, hein!"

Momento estranho em que o cobrador fala pra você que só Jesus pra te salvar. Deduções de uma mente desiquilibrada começa a funcionar a todo o vapor. Obviamente as roupas que eu tinha escolhido no dia gritavam minha orientação sexual e o cobrador cristão resolveu aproveitar essa oportunidade certeira de repassar a palavra de Jesus para um pobre garoto mundano. Não, obrigada. Corri discretamente para o primeiro assento do ônibus, o mais longe possível do cristão freak.

Mas.
Ele.
Veio.
Atrás.
De.
Mim.

"Aceita Jesus", ele me disse. "Aceita Jesus nosso senhor no seu coração. Jesus te ama! JESUS TE AMA! Só ele salva, só ele! Jesus Salvador. Salvador!"

Creepy total. Ele dizia tudo tão pertinho de mim que eu sentia até a respiração dele. Pensei, fodeu. Me caguei todo. Não tinha NINGUÉM no ônibus, nenhuma testemunha, só eu, ele e o motorista. Estava cedo e as pessoas estavam vindo trabalhar, não voltando pra casa, era meu dia de sair cedo do trabalho. Fodeu, cristão cobrador homofóbico vai me matar, esquartejar e guardar os pedacinhos em sacos de lixo preto no bagageiro do ônibus e o motorista comparsa, também homofóbico, vai acobertar o crime. Pensei. Eu já conseguia visualizar o homicídio estampado na capa do jornal e minha mãe chorando no Balanço Geral do Wagner Montes pedindo justiça. Imagina a derrota? Assassinado por cobrador de ônibus? Ah não.

Só me tranquilizei quando outras pessoas começaram a subir no ônibus e ele passou a me esquecer e mirar sua atenção nelas.

"ACEITA JESUS, ACEITA! JÁ ACEITOU?"

Ninguém escapava, nem os camelôs, vendendo o docinho e o amendoim de cada dia. O que me perturbava era a questão que ele fazia de falar bem na cara da pessoa. Espaço pessoal pra quê? A criatura ou tinha algum problema ou resolvera fazer sua missão de vida atazanar a viagem de cada estudante ou trabalhador cansado que estudou e trabalhou o dia inteiro e só quer ter uma viagem em paz ouvindo seu iPod.

Faz favor, me erra, né.

10 de mar. de 2013

Aquele onde não aceitam cartão de crédito

"Quero essa bolsa aqui, moço."

"Essa?"

"Não, essa aqui. De bolinhas. Quanto tá?"

"Dez reais, senhora. Dinheiro ou cartão?"

"Cartão? Você aceita cartão? Não sabia que vocês aceitavam cartão agora, essa é nova pra mim!"

"É, tamo aceitando sim, senhora, tem um monte aí aceitando agora."

Disse o camelô de trem para sua cliente.

Ver um vendedor camelô no trem tirando da sua pochete uma daquelas máquinas de cartão de crédito foi uma experiência inovadora pra mim. Eu tenho como opinião que é lamentável nos dias de hoje estabelecimentos não aceitarem cartão de crédito ou débito, é atraso tecnológico. Veja o camelô. Até eles estão aceitando.

Quer melhor praticidade do que dizer "Passa no cartão" e não se preocupar em pegar naquele dinheiro imundo que passa de mão em mão e que você nunca saberá realmente por onde andou? A gente pode estar manuseando uma nota que uma vez esteve bem no saco escrotal de um stripper e nunca vai saber. A nota de um real, por exemplo? Ficou tão rodada que não existia mais nota que não estivesse caindo aos pedaços. Eu pelo menos não via. Se bobear até o verdadeiro motivo de a tirarem de circulação.

Não respeito lojas que não aceitam cartão. Num mundo ideal, o dinheiro em papel estará extinto e o ser humano nunca mais precisará carregar ou se preocupar com coliformes fecais em cédulas de dinheiro.

6 de mar. de 2013

Aquele da boca suja

Faz menos de duas semanas que comecei um trabalho novo. Nova gente, novos ares, novas experiências, estava tudo ótimo. Daí que como o escritório onde trabalho entrou do nada em período de reforma e a equipe foi dividida em vários laboratórios no campus da universidade, eu comecei a trabalhar num novo escritório hoje. Novos horários, novo sistema de entrada e saída, computador emprestado etc. Nada que não levasse um dia pra acostumar.

Pois então quando eu realizo o feito de conseguir me PERDER no corredor do escritório, não encontrando o caminho da porta para uma das salas, a secretária de setenta anos de idade de boca limpíssima resolve se manifestar:

"Porra, mas você é atrapalhado demais, hein? Que merda! Puta que pariu! Não vai dar certo assim!", ela disse, me olhando daquele jeito parecendo esperar por uma resposta.

O que um funcionário novo faz nessas horas, né? Olha com aquela cara de cu lavado, que foi o que eu fiz. Eu espero mesmo que a previsão da obra do escritório seja cumprida porque eu não sei se consigo aguentar por muito tempo não mandar a secretária tomar no cu.