29 de out. de 2012

Aquele das vagens

Não é exatamente um segredo que um dos maiores desejos do meu pai é ver meu namorado morto. Um ano e meio já se passou depois do fatídico dia em que todas as esperanças de papai de me ver casado com alguma Sra. Seios se desvaneceram em pó. Os limites dos segredinhos já haviam extrapolado e eu tive que desenhar explicadinho para ele entender que o amiguinho com quem eu passava tanto tempo junto era na verdade meu namorado.

Esses dias enquanto mofávamos em casa, nesse calor infernal do Rio de Janeiro, decidimos cozinhar vagens para a salada do jantar. Como meu namorado não sabe preparar as vagens do jeitinho que minha mãe costuma fazer, eu pedi delicadamente para ele ligar pra minha casa e perguntar para ela. Afinal, meu pai trabalhava o dia todo fora e a Sra. Minha Mãe, diferente dele, não havia me proibido de mencionar o nome do bofe em sua presença.

E então ele ligou.

"Alô?", ele disse depois de discar o número. "Dona Madalena? É o Anderson, namorado do Alison, tudo bem? ..... Ué. Ela desligou na minha cara."

Não deu nem um minuto e meu pai ligou para o meu celular, puto da vida, dando sermão sobre como ele não precisa que eu esfregue na cara dele os detalhes do meu "estilo de vida".

Mas que culpa eu tenho se ele saiu cedo do trabalho e acabou atendendo o telefone?

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