20 de ago. de 2011

Aquele em que eu odeio água fria

Desde criança eu tenho problemas seríssimos com água fria. Podia fazer o calor que fosse, eu poderia estar fritando ovos na minha cabeça de tão quente, o inferno até poderia ter subido à Terra e eu continuaria a tomar banho com a água escaldante.

Alguns podem até achar que dezenove anos tomando banho de água quente todos os dias quer dizer que eu não esteja exatamente fazendo a minha contribuição prol natureza, mas eu tenho uma resposta muito bem preparada para isso: Água fria significa que eu vou ficar pelo menos uns dez minutos com o chuveiro aberto me preparando psicologicamente e fisicamente para me enfiar totalmente debaixo da ducha para daí sim começar de fato o processo de tomar banho, o que pode demorar de quinze a vinte minutos. E dez minutos de água corrente indo embora é algo que não pode proceder nos atuais dias. Portanto, com certeza anos gastando horrores de energia com água quente deve compensar essa perda desnecessária... ou pelo menos minha consciência ecofriendly prefere acreditar que sim.

O problema é na verdade depender da resistência dos chuveiros. Aliás, não sei exatamente se o problema é comigo ou com a qualidade dos chuveiros que andaram comprando aqui pra casa, porque eu tenho uma certa habilidade natural para queimá-los com frequência. Inclusive já consegui queimar três aparelhos num só mês. Mas o pior de tudo é o que acontece em seguida.

Até eu esperar papai resolver comprar um aparelho novo e ter o saco para instalá-lo, o que pode levar uns dois ou três dias, eu tenho que tomar certas medidas drásticas. E não tem nada mais deprimente para a vida de um ser humano sofisticado como eu do que ter que esperar água ferver na panela pra tomar banho de baldinho no chuveiro. De baldinho! Isso é tipo o símbolo da pobreza.

Mas é como eu disse. Prefiro me prestar a isso do que tomar banho de água gelada.

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