25 de fev. de 2013

Aquele do assento vazio no ônibus

E quando você entra no ônibus cujos assentos estão TODOS ocupados com a exceção de um? Você passa o olho pelo interior do ônibus e observa vários cidadãos de pé, como se o banco fosse uma fonte nojenta e apodrecida de fungos e germes, todos aglomerados em reprodução constante. Um elefante rosa no meio de um monte de gente.

Ué, por que ninguém sentou no banco, você pensa. Sentar, não sentar, o que fazer? Parece até a Escolha de Sofia. Por que, afinal de contas, ninguém está sentando no maldito banco? O tempo passa, mais pessoas entram no ônibus e o banco continua vazio. É como uma contínua e gradual linha de pensamento dedutivo que passa pela mente de todas as pessoas atribuindo tudo de ruim que pode ter acontecido ao espaço ao redor do banco. Alguém pode ter vomitado, se cagado, um bebê pode ter gorfado no colo da mãe, um mendigo cracudo pode ter sentado ali, há uma gama infinita de possibilidades, mas o mistério permanece em aberto. Por que ninguém senta?

Eu decidi descobrir. Sentei.

O mistério do banco vazio eu resolvi quase que instantaneamente quando aquele fedor de cecê de sovaco de três dias sem banho em época de verão do Rio de Janeiro entrou pelas minhas narinas.

Mas e agora, José? Levantar ou não levantar?

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