Tudo começa na infância. E sabe, eu fui uma criança complexada. Filho único, pais superprotetores, orientação sexual duvidosa desde pequeno, o que gerava certos desejos reprimidos. Essas coisas. E eu tive uma infância muito triste e reprimida. Minha frustração infantil foi nunca ter podido ter uma Polly Pocket, sabe? Aquela boneca loira cheia de apetrechos? Então, quer dizer, o estágio inicial da minha vida já começou com sérios atritos e traumas irreparáveis e o que isso significa? Eu acabei crescendo achando que eu era anormal. Tudo bem que na maioria das vezes eram as pessoas que diziam isso (minha mãe ainda diz, aliás) e eu sinceramente posso dizer hoje que acabei me acostumando com o rótulo, mas depois de um tempo eu percebi que todo mundo sempre tem um parafuzinho meio solto. Todo mundo é neurótico e não adianta contrariar. Uma professora minha da faculdade vive dizendo isso. A neurose é apenas o estágio número 1 da loucura, é o estágio inicial. Quando ultrapassa isso é que a gente deve começar a se preocupar.
Não sei se eu passei do primeiro estágio, não. Tenho minhas dúvidas. Talvez eu prefira achar que não porque eu costumo lidar com a loucura de uma forma muito tranquila. Enquanto todo mundo por aí faz tanta questão de falar que é uma pessoa normal, eu já digo que comigo não é bem assim. Normal é chato, gente. Chato.
Posso ser neurótico, amargurado, reprimido sexualmente, o que for. Mas to vivendo. To levando. To feliz.
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